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17.03.2025 04:52 PM
Fed contra a guerra comercial. Será que a política monetária pode salvar a economia?

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Volatilidade do mercado e preocupações crescentes

O mercado de ações dos EUA continua em turbulência, impulsionado pela incerteza em torno da postura de Donald Trump sobre tarifas de importação. Os investidores aguardam ansiosamente a reunião do Federal Reserve na próxima semana, em busca de pistas sobre possíveis cortes nas taxas de juros, que poderiam ajudar a estabilizar os mercados, atualmente enfrentando um dos períodos mais difíceis do ano.

Queda das ações: bilhões em jogo

A recente liquidação no mercado atingiu um nível crítico: na quinta-feira, o S&P 500 (.SPX) entrou oficialmente em território de correção, perdendo mais de 10% em relação ao recorde histórico de 19 de fevereiro. Apesar de uma recuperação acentuada na sexta-feira, o mercado perdeu mais de US$ 4 trilhões em capitalização ao longo da semana. Entre as ações mais atingidas estão grandes corporações como Nvidia (NVDA.O) e Tesla (TSLA.O), ambas registrando quedas significativas.

Reunião do Fed: o que os mercados esperam?

Com os temores de desaceleração econômica crescendo, os investidores monitoram atentamente os próximos passos do Fed. A escalada da guerra comercial de Trump só aumentou a incerteza, tornando as decisões da autoridade monetária ainda mais cruciais.

A maioria dos analistas espera que o Fed mantenha sua taxa de juros inalterada na reunião de quarta-feira. No entanto, o foco estará no tom do comunicado – os investidores esperam sinais sobre possíveis cortes de juros ainda este ano. Qualquer indicação mais "dovish" (favorável ao relaxamento da política monetária) pode desempenhar um papel fundamental na restauração da confiança em Wall Street e na prevenção de novas quedas no mercado.

A situação continua tensa, com a incerteza sobre as políticas tarifárias e decisões do Fed forçando os investidores a agirem com cautela. As próximas semanas serão decisivas para saber se o Fed conseguirá restaurar a estabilidade do mercado.

Inflação desacelera, mas Fed mantém cautela sobre cortes de juros

Os dados mais recentes do índice de preços ao consumidor trouxeram alívio para os mercados, já que a pressão inflacionária diminuiu, alimentando esperanças de juros mais baixos. No entanto, apesar da desaceleração da inflação em relação a 2022, quando o Fed iniciou seu agressivo ciclo de aperto monetário, os preços ainda permanecem acima da meta de 2%.

Além disso, indicadores macroeconômicos fracos podem ser determinantes para a política futura do Federal Reserve. Caso os dados econômicos continuem desapontando, o banco central terá mais razões para adotar uma postura mais branda, aumentando as chances de novos cortes nas taxas de juros.

Mercados aguardam mensagem dovish do Fed

Os investidores já estão precificando cortes agressivos nas taxas de juros. Os contratos futuros dos Fed Funds projetam atualmente um corte total de aproximadamente 75 pontos-base ao longo de 2025. Com a taxa atual dos Fed Funds variando entre 4,25% e 4,5%, os mercados apostam que o Fed será forçado a afrouxar a política monetária diante da deterioração das condições macroeconômicas.

Todos os olhos estarão voltados para as declarações pós-reunião do presidente do Fed, Jerome Powell, pois seu tom e suas diretrizes fornecerão aos mercados um panorama mais claro sobre os próximos passos do banco central e as perspectivas para a economia dos EUA.

Crescem os temores em Wall Street

Embora os investidores esperem cortes de juros, alguns dos principais analistas do mercado têm adotado uma postura mais cautelosa em suas previsões. As grandes instituições financeiras estão revisando suas projeções para o mercado acionário dos EUA.

A Goldman Sachs reduziu sua projeção para o S&P 500 no final de 2025, de 6.500 para 6.200 pontos, enquanto a Yardeni Research ajustou sua projeção otimista de 7.000 para 6.400 pontos. Na última sexta-feira, o S&P 500 fechou em 5.638,94 pontos.

Essas revisões refletem a crescente preocupação com a desaceleração econômica e o impacto potencial sobre os lucros corporativos. Nos próximos meses, os movimentos do mercado dependerão das decisões de política monetária do Fed, dos desdobramentos geopolíticos e da trajetória da inflação.

Turbulência nos mercados: volatilidade atinge maior nível desde agosto

Os mercados acionários continuam operando sob extrema volatilidade, com o índice Cboe Volatility Index (.VIX) atingindo seus níveis mais altos desde agosto no início desta semana, antes de registrar uma leve queda. Os investidores estão inquietos devido ao cenário econômico incerto e às preocupações com a política comercial dos EUA.

Guerra comercial retorna: tarifas podem prejudicar empresas e consumidores

Na próxima semana, os investidores estarão atentos às notícias sobre o conflito comercial em andamento. Analistas alertam que novas tarifas podem impactar os lucros das empresas e pressionar os preços ao consumidor.

A última escalada ocorreu após Donald Trump anunciar na quinta-feira que está considerando uma tarifa de 200% sobre vinhos e bebidas alcoólicas europeias. Essa medida foi uma resposta à decisão da Comissão Europeia de impor tarifas retaliatórias sobre US$ 28 bilhões em produtos dos EUA. A ação da UE foi motivada pelas tarifas já impostas pelos EUA sobre as importações de aço e alumínio.

O Fed está ficando em segundo plano? A política ocupa o centro do palco

Nos últimos anos, a Reserva Federal desempenhou um papel crucial na definição do sentimento do mercado. No entanto, questões geopolíticas e comerciais estão se tornando fatores cada vez mais dominantes.

Segundo Nathan Toft, diretor de investimentos da Manulife Investment Management, os próximos meses serão marcados por riscos políticos, que podem pesar sobre os mercados financeiros.

Ouro mantém posição firme próximo de US$ 3.000 por Onça

Diante da escalada da guerra comercial e do aumento das tensões geopolíticas, os investidores continuam buscando refúgio em metais preciosos.

Nesta segunda-feira, os preços do ouro permaneceram ligeiramente abaixo do nível histórico de US$ 3.000 por onça, que foi brevemente superado no final da semana passada.

Às 07h15 GMT, o ouro à vista subia 0,1%, para US$ 2.988,68 por onça. Na sexta-feira, o metal precioso superou pela primeira vez na história a marca de US$ 3.000, atingindo um recorde de US$ 3.004,86 por onça.

Com os mercados ainda altamente voláteis, os investidores monitoram de perto os desdobramentos, tentando antecipar o próximo gatilho para a economia global.

Impacto da guerra comercial: Sentimento do consumidor se deteriora

As preocupações de que as políticas tarifárias agressivas de Trump possam alimentar a inflação e prejudicar o crescimento econômico voltaram ao centro das atenções.

Os dados mais recentes revelaram que o sentimento do consumidor em março caiu para o nível mais baixo em dois anos e meio. Ao mesmo tempo, as expectativas de inflação estão aumentando, reforçando os temores dos analistas de que o aumento dos preços das importações possa pressionar a economia e enfraquecer o poder de compra dos consumidores.

Recessão: Iminente ou apenas uma correção temporária?

Enquanto Wall Street debate os riscos de uma desaceleração econômica, o Secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, fez uma declaração ambígua, sugerindo que uma recessão total não é garantida, embora uma desaceleração econômica permaneça possível. Suas observações deixam margem para interpretação, destacando a incerteza sobre o futuro da economia.

Rali do Ouro: Outro impulso de alta?

Apesar da turbulência econômica, os metais preciosos continuam demonstrando força. O ouro, tradicionalmente visto como um ativo de proteção em momentos de crise, já acumulou ganhos de aproximadamente 14% desde o início de 2025.

Os analistas técnicos observam que a tendência de curto prazo continua altista, com níveis-chave de resistência em US$ 3.016 e US$ 3.030 por onça. Dado o persistente risco macroeconômico, os investidores estão cada vez mais recorrendo ao ouro como uma proteção contra a inflação.

Todos as atenções voltadas para a importante reunião de política do Fed na quarta-feira

A próxima reunião da Reserva Federal, na quarta-feira, se tornou o foco central dos mercados. A principal questão é se o Fed manterá sua postura atual ou sinalizará possíveis cortes nas taxas em um futuro próximo. As projeções de inflação no gráfico de pontos atualizado e a coletiva de imprensa do presidente do Fed, Jerome Powell, serão cruciais. Caso Powell expresse preocupações sobre o impacto econômico das tarifas, isso pode atuar como um catalisador para novos ganhos nos preços do ouro.

Outros metais também em alta

A expectativa em relação à decisão do Fed não está apenas impulsionando os preços do ouro – outros metais preciosos também estão se recuperando:

  • A prata à vista subiu 0,1%, para US$ 33,81 por onça.
  • A platina ganhou 0,4%, sendo negociada a US$ 997,04 por onça.
  • O paládio subiu 0,4%, para US$ 969,22 por onça.

Esses movimentos refletem uma forte demanda por ativos portos-seguro, confirmando o alto nível de incerteza na economia global. Nos próximos dias, os investidores continuarão acompanhando atentamente o desenrolar dos acontecimentos, o que poderá moldar a trajetória futura dos mercados financeiros.

Gleb Frank,
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