No cenário atual, especialistas temem que a guerra comercial afete o comércio intraempresarial, que representa 90% das exportações da Irlanda e 60% das exportações da Alemanha. Além do comércio de mercadorias, o conflito pode se estender aos mercados de serviços e energia, incluindo as exportações de GNL dos EUA para a Europa. “Os efeitos colaterais do conflito no espaço comercial não se limitarão ao comércio. Eles se propagam por todos esses outros canais, e as interações são bastante significativas”, alertou a Câmara de Comércio Americana para a UE.

As disputas comerciais entre os Estados Unidos e a União Europeia ameaçam reduzir os lucros das empresas de ambos os lados. As tensões estão se intensificando, tornando a resolução do impasse cada vez mais difícil.

Segundo a Reuters, citando um aviso da Câmara de Comércio Americana para a UE, o conflito comercial pode colocar em risco US$ 9,5 trilhões em negócios transatlânticos anuais — uma cifra impressionante.

A Câmara Americana de Comércio, que representa mais de 160 membros, destacou que o comércio de bens e serviços entre os EUA e a UE atingiu um recorde de US$ 2 trilhões em 2024. No entanto, o atual impasse e as guerras tarifárias ameaçam comprometer essa trajetória positiva.

Em março, Washington impôs tarifas sobre o aço e o alumínio, levando os líderes da UE a anunciar medidas de retaliação. A decisão enfureceu o presidente dos EUA, que ameaçou o bloco com tarifas de 200% sobre o vinho europeu e outras importações de álcool.

De acordo com a Câmara Americana de Comércio, o comércio é apenas uma parte da relação econômica transatlântica. Para a maioria das empresas, os fluxos de investimento são o verdadeiro foco.

“Ao contrário da sabedoria convencional, a maioria dos investimentos dos EUA e da Europa flui um para o outro, e não para mercados emergentes de custo mais baixo”, destacou a Câmara.

Notavelmente, as vendas de filiais estrangeiras dos EUA na Europa são quatro vezes maiores do que as exportações americanas para o continente, enquanto as vendas de filiais europeias nos Estados Unidos superam em três vezes as exportações da UE para os EUA.